Procurarei sobrepor a este papel fictício minhas parcas poesias. Não pretendem jamais serem obras de consagrado escritor. Sempre serão resultados poéticos de um fragmento de segundos da vida e nunca de toda vida. Expressam um momento, jamais uma eternidade. O título é usurpação à alcunha poética de Cruz e Sousa, assim homenageio.
sábado, junho 09, 2007
Raça Celofânica
Um dia descobrimos que não somos tão fortes,
De tudo isso, o pior é saber que jamais houve fortaleza alguma
Os portais se dissipam
E as muralhas viram miragens
As pessoas evaporam
E nos deparamos com um deserto eterno
Em derredor, em derredor, um deserto sem fim
Que bela ficção é a raça humana.
Auto-retrato
Eu uma cebola
Um bulbo cheio de camadas
Que se interpõe em outras camadas
Cada camada menor, Intra-robusta
Cresce e expulsa a camada externa
Cada camada menor mata a si mesma
A Cebola mata-se constantemente
Eu sou assim da cebola uma metáfora
Um ser que nasce e se mata a cada dia
O Addson que nasce pela manhã
Será morto pelo Addson que nasce a tardinha
Porque ambos não conseguem coexistir hipostaticamente
É uma luta colossal, a última camada sempre resiste
Mas a nova termina por vencer
Certo dia, nessa luta titânica de Addsons
Aquele que morria perguntou àquele matava:
- Por que me odeias tanto?
E Addson respondeu:
- Porque um dia te amei demais.
Quem sou eu uma cebola!
Vá se catar!
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