quinta-feira, agosto 09, 2007

Bonhoeffeando




Quem sou eu?
Freqüentemente me dizem,
Que deixo minhas quatro paredes,
Sereno, alegre e firme.
Como quem sai de uma fortaleza.

Quem sou eu?
Freqüentemente me dizem
Que falo com os que me observam
Livre, amável e com clareza.
Como se fosse eu a mandar.

Quem sou eu?
Também me dizem
Tranqüilo, sorridente e altivo.
Como alguém acostumado a vencer.

Então, serei realmente
tudo isso que dizem a meu respeito?
Ou sou apenas o que sei a
respeito de mim mesmo?

Inquieto, ansioso, doente,
Como um pássaro numa gaiola,
Lutando para respirar
como se mãos apertassem a garganta,
Faminto por cores, flores,
Pelo canto dos passarinhos,
Sedento de uma palavra amiga,
De atenção,

Tremendo de ira
Por causa da arbitrariedade
E ofensa mesquinha,

Irrequieto
À espera de grandes coisas,
Em angústia impotente
Pela sorte de amigos distantes,
Cansado e vazio até para orar,
Para pensar, para criar,

Desanimado
E pronto para me despedir de tudo?

Quem sou eu?
Este ou aquele?
Sou hoje este e amanhã um outro?
Sou ambos ao mesmo tempo?
Diante das pessoas um herói
E diante de mim mesmo um hipócrita?
Covarde, queixoso e digno de pena?

Ou aquilo que ainda há em mim
Será como um exército derrotado,
Que foge desordenado
À vista da vitória já obtida?

Quem sou eu?
Um solitário a perguntar
Que zomba de si mesmo,
Rígido consigo mesmo?

Seja eu quem for,
O Senhor, ó querido Deus,
Sabes que Te amo
E que sempre, sempre pertencerei
A Ti.

AMÉM!
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3 comentários:

Anônimo disse...

Magnífico! Há algo de meu nesses seus versos... como se eu mesma os tivesse escrito!

Regis Oliveira disse...

Meu coração se aquece ao ler esses versos. Como se eu por eles orace.

Regis Oliveira disse...

Meu coração se aquece ao ler esses versos. Como se eu por eles orace.